
(Foto: Rafael Ribeiro / CBF)
O West Ham divulgou na manhã desta quinta-feira, 31, que o meio-campista Lucas Paquetá foi absolvido das acusações de má conduta em relação a aposta esportiva, que ele enfrentava na justiça há quase dois anos. A comissão reguladora considerou que a denúncia da Associação de Futebol da Inglaterra, a FA, não foram comprovadas em tribunal. O jogador está liberado para a atuar e não cabe recurso a esta decisão.
Por outro lado, o atleta de 27 anos também respondeu por uma violação à regra F3 da entidade, que alega que Paquetá não colaborou com as investigações. Neste caso, a Comissão Reguladora considerou que a acusação foi comprovada e o jogador deve sofrer uma sanção, possivelmente uma multa.
Lucas Paquetá se pronunciou sobre a decisão em seu Instagram. O atleta agradeceu ao apoio de sua família, seus fãs, do clube e da equipe de advogados que o defendeu do processo.
Cronologia do caso:
- No dia 18 de agosto de 2023, veio a público que Lucas Paquetá estava sendo investigado por violar a política de aposta esportiva da Federação Inglesa. As investigações começaram após um volume anormal de apostas casadas que envolviam que o jogador levasse um cartão amarelo na partida entre West Ham e Aston Villa. As apostas foram feitas no município de Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, por pessoas supostamente ligadas ao atleta. Análises iniciais mostraram que várias contas novas foram criadas nesse dia, com os usuários colocando o valor máximo na aposta. Naquele dia, houve a primeira convocação de Fernando Diniz pela seleção, e o técnico confirmou durante a entrevista coletiva que o jogador estava na lista inicial, mas foi retirado após o caso vir a público. Na ocasião a janela de transferências da Europa ainda estava aberta, e o jogador era desejo de Pep Guardiola no Manchester City. O clube fez uma oferta inicial que foi recusada pelo West Ham, e preparava uma nova investida com valores mais altos, mas congelou a negociação ao tomar conhecimento da investigação.
- Menos de uma semana depois, Paquetá precisaria prestar depoimento à FA, mas a defesa do atleta pediu adiamento devido à ausência de provas mais contundentes, alegando falta de profundidade na investigação de quebra de conduta de pessoas ligadas ao jogador, e eles pediam que provas mais consistentes fossem apresentadas. É padrão que as federações monitorem denúncias e tomem providências ao final de cada temporada. Porém, a FA não sinalizou nenhuma prova que seja diretamente ligada ao meia, como interceptações telefônicas, documentos, ou especificação dos aportes financeiros.
- O jogador prestou depoimento na sede da Federação Inglesa no dia 11 de setembro, e ali foi estipulado que a entidade teria um mês para concluir a investigação com a instauração de um inquérito ou com o arquivamento do caso. O jogador colaborou com a investigação, e entregou seu telefone celular para procurarem possíveis evidências.
- No dia 11 de outubro a Federação Inglesa solicitou que novos documentos e novas provas fossem anexadas ao processo fazendo que o prazo de investigação se estendesse.
- Em 23 de maio de 2024, nove meses após o início das investigações, a FA acusou oficialmente o jogador. Que precisou preparar uma defesa e foi julgado no último mês de março